A pesquisa formal dos elementos que vieram a constituir a imagem para as novas lojas AREA foi desenvolvida de acordo com um conceito comercial para um novo espaço que conjugasse as características de um Megastore com as de uma boutique de luxo.
Na interpretação duma nova "fórmula" comercial, entendeu-se que seria importante garantir uma certa permanência da imagem arquitectónica, sem a sujeitar à s constantes volatilidades do gosto e à tirania dos efeitos de "moda".
A interpretação de conceitos divergentes, representaria um desafio estimulante, tanto nos aspectos funcionais como na caracterização dos ambientes, na utilização da cor e dos materiais, na qualidade e no detalhe do mobiliÁrio.
A quantidade e diversidade de produtos obrigariam a um estudo cuidado da implantação do mobiliÁrio exposicional, respeitando regras de "merchandising" mas introduzindo, ao mesmo tempo, novos "displays".
A nova loja (com uma superfície total de 2517m2, repartida pelos 3 pisos), viria a ser concebida como um espaço único e contínuo: as escadas rolantes ligariam os pisos permitindo a superposição dos diversos ambientes, com escalas diferentes (desde pública a domêstica), graças aos vazios e transparências entre pisos.
Grande parte desses espaços exposicionais organizaram-se em torno de um enorme espaço circular com duplo pê direito, delimitado por uma estrutura de prateleiras de vidro curvo. Este elemento, viria a revelar-se fundamental na composição espacial, ultrapassando a sua mera função de expositor.
As entradas da loja, sobretudo a entrada principal, seriam prioritÁrias na definição do conceito comercial a implementar e estabeleceriam essa fronteira entre Área comercial pública e Área comercial privada. Essa transição seria conseguida de forma clara, sem recorrer a portas ou outro tipo de "barreiras".
O efeito de perspectiva criado pelas paredes laterais da entrada, revestidas a espelho cinza foscado, cujas montras se recortavam em perfis de inox preto polido, tornaria este Átrio de entrada num espaço "teatral". Por sua vez, a curva envidraçada do mezaninne, debruçada sobre esse cenÁrio, reforçaria o efeito de "representação".
Na procura de um novo conceito arquitectónico, interessava tambêm, procurar uma paleta de materiais que traduzisse a imagem pretendida, o que veio a proporcionar experiências únicas na descoberta de processos artesanais que se desconhecia. O melhor exemplo disso viria a ser a utilização de um espelho colorido gravado e foscado manualmente para obter uma superfície semi reflectiva e translúcida. Este material viria a ser a "marca" da nova loja.
O resultado dessa experimentação com materiais de produção industrial e materiais artesanais resultou numa composição equilibrada, de paredes em espelho e em vidro curvo laminado, painêis de correr em malhas metÁlicas e perfis de inox colorido em contornos de guardas e de montras. A pedra basÁltica preta amaciada seria finalmente a escolha adequada para um pavimento que se queria neutro e sofisticado.